terça-feira, 5 de maio de 2009

CRISE... Como tudo começou?

A crise econômica atual teve início no passado. Com o afrouxamento monetário promovido pelo FED (Banco Central dos Estados Unidos) logo após o atentado de 11 de setembro, houve um excesso de liquidez na economia mundial, que estimulou a busca por investimentos com retornos mais altos e, por sua vez, mais arriscados. Desta forma, verificou-se uma expansão sem precedentes da oferta de crédito.

Nos EUA as pessoas aproveitaram as baixas taxas de juros e o bom momento do mercado de crédito para investir em imóveis, o que acabou por gerar uma valorização exagerada desses ativos.

Para suprir essa demanda os bancos passaram a exigir cada vez menos garantias na concessão de créditos em troca de taxas mais elevadas. Esses empréstimos de má qualidade são os chamados subprimes (uma alusão aos clientes prime, de primeira qualidade).

Em 2004, com a economia americana alcançando índices de crescimento que ameaçavam a estabilidade monetária, o FED optou por subir a taxa básica de juros, aumentando a mensalidade dos tomadores de crédito e elevando o nível de inadimplência.

No setor imobiliário, os bancos se viram obrigados a executar as garantias dos créditos hipotecários e se juntaram aos proprietários que já tentavam se desfazer de seus imóveis, aumentando a oferta destes e, conseqüentemente, pressionando os preços para baixo.

A crise de fato eclodiu quando, em agosto de 2007, os bancos colocaram à venda fundos constituídos destes derivativos do setor imobiliário. Sem compradores, instituições financeiras e fundos de investimento viram-se obrigados a remarcar os preços destes complexos ativos em suas carteiras, gerando enormes prejuizos e dando início a um processo de perdas que dura até a presente data.

A conseqüência de tudo isso foi a diminuição da confiança do consumidor, a desaceleração da economia e uma piora das expectativas dos resultados das empresas norte americanas, que também tiveram suas margens de lucro espremidas pelo aumento dos preços das commodities (mercadorias de base, principalmente minérios e gêneros agrícolas), já que existia uma crença de que a demanda dos emergentes poderia sustentar os preços das matérias primas em patamares elevados.

Os bancos, por sua vez, foram obrigados a lançar seus prejuízos e provisões negativas, registrando o pior desempenho dos últimos 11 anos no primeiro trimestre de 2008.